Neste mês de agosto, dois importantes eventos internacionais na área das Ciências Físicas foram programados para acontecer na UFBA, com destaque para a história da mecânica quântica. A 6ª Conferência Bienal para Historiadores das Ciências Físicas foi realizada na universidade entre os dias 4 e 9 de agosto, em parceria com o American Institute of Physics. O evento aconteceu pela primeira vez no Sul Global.
De 11 a 14 de agosto, a UFBA também sediou a 5ª Conferência Internacional sobre a História da Física Quântica (HQ-5), um dos eventos globais do Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica, com a participação de nomes de destaque de universidades do Canadá, China, Estados Unidos, entre outros países, para debates sobre essa área responsável por uma das maiores revoluções do pensamento científico, estimulando novas pesquisas e interações entre diferentes gerações de historiadores da ciência.
Os debates realizados abordaram temas como "As mulheres na história da Física Quântica", com Margriet van der Heijden (Eindhoven University of Technology, Países Baixos); "Física Quântica e o Materialismo Dialético: o legado de David Bohm", com Hanoch Gutfreund (Universidade Hebraica de Jerusalém); e "Proeminência do desenvolvimento da física chinesa no século Quântico", com Danian Hu (Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China).
Coordenador geral do comitê organizador do evento, o professor Climério Silva Neto, do Instituto de Física da UFBA, destaca a importância do desenvolvimento da física quântica e as discussões atuais sobre o tema. Cita, entre as muitas atividades promovidas durante os dias do evento, as contribuições fundamentais das mulheres à ciência, que muitas vezes foram invisibilizadas.
O professor aponta o papel da miniaturização eletrônica que permitiu o avanço das tecnologias da informação baseadas nos conhecimentos das mecânicas quânticas. Essa aplicação na área da comunicação permite o processamento de um grande volume de informações em curto espaço de tempo, o que, segundo o professor, é considerada a 2a. Revolução Quântica. "É uma das áreas mais promissoras da física quântica e que contam com mais investimentos", afirma.
Novas tecnologias para uso na medicina, no desenvolvimento de novas fontes de energia e de novos materiais são outros exemplos de contribuições desse ramo da ciência. O professor Climério também coordena o Laboratório de História da Ciência e integra o Programa de Pós-Graduação em História e Filosofia do Ensino das Ciências (PPGEFHC), que tem historiadores da física internacionalmente renomados como Olival Freire Jr. e Indianara Silva, além do próprio Climério.
Os eventos foram realizados com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de instituições internacionais, como o Instituto Americano de Física e a Comissão para a História e Filosofia da Física da União Internacional de História e Filosofia da Ciência. No Brasil, além da UFBA e da Academia de Ciências da Bahia, participam também a UEFS, UESC e UFRB.